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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Tratado das Matérias I

As pessoas são como matérias escolares. Assim como se aprende Português e Matemática, se aprende M. e L.

Há matérias como o Português: você as estuda todos os dias; e há matérias como Educação Física: só uma vez por semana.

Essa escola não dá bomba, embora te submeta a provas periódicas. Nunca se perde uma matéria, apenas se tranca a matrícula por tempo indeterminado.

Há matérias chatíssimas. Nesses dias a gente mata aula. Algumas são tão fascinantes que nem se ouve o sinal tocar. Outras, somos salvos pelo gongo.

Não convém rever apontamentos; isso demonstra que não houve assimilação de informações e, consequentemente, desinteresse.

Assim como não gostamos de certas matérias, algumas não gostam da gente. Aí, cabe a você decidir se vale a pena insistir. Algumas matérias são assimiladas depois de muito esforço. No entanto, se o fazemos (esforçamos e aprendemos) é porque elas são importantes para nós. E, uma vez aprendidas, nunca as esquecemos. Outras, porém, por mais que você se esforce, não consegue aprender, e desiste delas, e as esquece. Assim agindo, um dia em sua vida, quando precisar do conhecimento que elas te ofereciam, perceberá que deveria ter insistido; e agora, elas se perderam entre livros velhos.

Algumas matérias se estudam por obrigação. São conhecimentos imprescindíveis e, para que a tarefa seja mais fácil, é preciso, se não gostar, ao menos tolerá-las.

Os livros não têm começo ou fim, são eternos. Cabe a você reconhecer o momento da formatura.

Obs.: Quanto mais se aprende, mais há o que aprender.

BH - agosto - 1985

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