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sábado, 4 de dezembro de 2010

Barrinha

A manta protege o corpo do toque frio da grama orvalhada. As estrelas no alto não estão muito firmes, pois aqui e acolá um risco prateado enfeita o céu. Será que, naquele momento, cortei meu destino? Por quê? Lembro o violão tão bem tocado, entoando canções cujas letras sei de cor. Tu também. Mas eu conheço essa história: bebida, estrelas, frio... e amanhã, nem te ligo. E eu ficaria com raiva e te odiaria. Não queria te odiar. Não a ti. Por isso te neguei meus lábios. Depois te dei outra chance e tu te fizeste de desentendido. Nessa confusão fiquei muitos dias. Querendo sem querer. E a indefinição se tornou insuportável quando os vi trocando olhares. Pensei: ele nada tem comigo, por que me sinto assim? E esse sentimento me levou a pôr tudo em pratos limpos. Eis porquê te chamei naquele dia. E então tu disseste justamente o que eu já sabia e não queria acreditar. E eu vi que todo o tempo eu estava criando uma ilusão, vendo fatos que nunca estiveram lá, sentimentos que nunca existiram. Valeu. Valeu porque não te odeio. Te gosto muito como sempre deveria ter gostado.

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