Páginas

sábado, 4 de dezembro de 2010

Eu Te Amo

Eu te amo.

Como dizer isso a quem não ouve, não vê e não sente? Como me declarar àquela que me viu nascer, conheceu meu desprezo por ela e, mesmo assim, foi se mostrando aos poucos, dia a dia, ano a ano, conquistando-me sem que eu o percebesse? De repente me peguei admitindo que não a trocaria por nenhuma outra e, por mais longe que eu me encontrasse, sempre a teria em meu coração.

O encanto da Savassi às 5 horas da tarde. Algo diferente no ar que faz a gente se sentir tão bem! A Tamóios, cúmplice de minha euforia quando da primeira vez em que, sozinha, cheguei à DRT. A Afonso Pena, da Rodoviária à Praça do Papa, com toda a sua história e majestade; meu primeiro e meu último emprego. A Alvarenga Peixoto, onde descobri a mim mesma e aprendi a ser mais eu. A Francisco Sales me trouxe a glória e o amor. A Abrahão Caram me mostrou a amizade.

A banana split do Ted´s, os filmes do Metrópole (tão vilmente vendido e demolido que até hoje choro sua morte), o sanduíche do Xodó, a piscina do Minas Tênis Clube... tanta coisa, meu Deus. Quanta saudade!

A Igreja da Floresta e os sermões oposicionistas do padre Benjamim. A Contorno, a Ipiranga, a Pouso Alegre...

Minha história está escrita em cada bairro, em cada rua por que passei, e meu coração é prisioneiro até daquelas por onde nunca andei.

Ela ouve, ela vê, ela sente. Eu te amo, Belo Horizonte.

4 comentários:

  1. Pois é, Mercedes, os sanduíches de hoje não são mais como os de antanho... Ted's, Xodó, o Sacy (na rua São Paulo, lembra dele?) e seu misto-quente imbatível... Hoje em dia tudo tem gosto de McDonald's e sorvete de máquina.
    bjk
    Mônica

    ResponderExcluir
  2. Mercedes, eu te conheço? Você andava pela praça da Liberdade no final dos anos 70, aos domingos de feira e capoeira? No Xodó, quem sabe, onde eu não punha os pés,( a timidez não permitia, ali so tinha cocotinha, rs).Mas a tranquilidade da Savassi às 5 da tarde não sai da memória. E tudo se resume nisso. Uma memória, uma saudade cravada no peito daquela BH que não existe mais.
    Um beijo, obrigado pela visita e tenha um feliz século 21.

    ResponderExcluir
  3. Que lindo, professora!

    É este tipo de sentimento de pertença que alguns lugares nos despertam e fazem nossas almas, mentes, corpos e corações de eternos ''amantes condenados''. rs.

    Mas é um amor bom, daqueles que não nos arrependemos de cultivar. Ainda estou tentando descobrir que lugar me faz sentir tudo isso. Já passei por essa sensação em Petrópolis (RJ), mas só vou poder autenticá-la depois de algum tempo.

    Quanto à Teresina, estou apostando nesse sentimento tão bonito e tão doroloso, nesse paradoxo de vida, que se chama saudade. Vamos ver se tudo isso ainda me fará dizer uma frase tão bonita quanto a sua: ''Minha história está escrita em cada bairro, em cada rua por que passei, e meu coração é prisioneiro até daquelas por onde nunca andei.''

    Um abraço,

    Mara Vanessa

    ResponderExcluir
  4. Que lindo, Mercedes!
    Você não é mais uma na multidão, com certeza!
    Tamanha beleza em seu coração.
    Parabéns!
    Com carinho
    Fátima

    ResponderExcluir